A paisagem primaveril atrai sons, cheiros e cores que incitam a novas experiências. As Linhas de Torres dão o mote para preparar um passeio e reservar na sua agenda uma escapadinha de dois dias. Desta vez propomos, na primeira Linha, uma estadia que combina o sossego, a gastronomia, os vinhos e a natureza. Aproveite para respirar!
Datada do século XIX, esta casa foi cuidadosamente restaurada de forma a manter todo o seu encanto rústico, com toques de modernidade. Localizada a 30 km de Lisboa, a casa está envolvida por uma enorme zona verde, ideal para caminhadas e passeios de bicicleta e a poucos quilómetros do Centro de Interpretação das Linhas de Torres e do Forte do Alqueidão.
À lareira ou simplesmente descansando de uma das muitas atividades que por aqui se podem fazer, descubra, entre o verde da paisagem e o som do canto dos pássaros, o local ideal para relaxar, a apenas 30 minutos de Lisboa.
O silêncio matinal é interrompido pelas buzinas que anunciam a chegada do pão acabado de cozer, do peixe, que chega ao prato com a frescura da beira-mar, ou pelo burburinho da venda ambulante das utilidades do quotidiano.
Situada no Centro Cultural do Morgado, em Arruda dos Vinhos, a Mercearia do Prato - Gourmet & Bistrô tem como principal base o gosto pela partilha, simplicidade e inovação na confeção e criação dos menus que apresenta. Todos os dias é apresentada uma ementa diferente, com um prato de peixe, um de carne e um vegetariano onde os produtos da época são uma premissa.
Durante o Mercado Oitocentista, e no mês de junho, prove a Sopa de Castanhas e Perdiz, uma receita do século XIX que outrora aguçou o apetite de quem por cá passou, acompanhada de um vinho Comenda de Santiago da Adega Cooperativa de Arruda dos Vinhos.
Na Quinta da Folgorosa convidamo-lo à prova de bons vinhos, num ambiente em que a história e a tradição envolvem toda a experiência em glamour. A receção, familiar e calorosa, acompanhada pelo anfitrião, transporta-o a mais de trezentos anos de produção de vinha e de vinho, abraçados por um notável edifício do início do séc. XX, da autoria do arquiteto Ernesto Korrodi, cuja esfera bucólica inspira emoções que brindam a si. Situando-se muito próximo das Linhas de Torres Vedras, foi um palco natural para as ações militares. Lord Wellington terá afirmado serem daqui os melhores vinhos brancos da região de Lisboa, com base na casta Arinto. Mais tarde, foram as tropas francesas que acamparam num dos terrenos junto à Quinta, ainda hoje chamado de “Junot”, o comandante do corpo que atacou a região. As provas podem ser combinadas com experiências memoráveis como a apanha da uva, um almoço que relembra os antigos hábitos de trabalho no campo e a tradicional pisa em lagar centenário (previamente reservado para grupos).
Visite o Centro de Interpretação das Linhas de Torres de Sobral de Monte Agraço e fique a saber mais sobre um dos episódios históricos mais marcantes da História de Portugal – as Invasões Francesas – no local onde, outrora, teve lugar o combate entre tropas aliadas e francesas, a 12 de outubro de 1810.
A exposição conta-lhe como foi construído o maior e mais eficaz sistema defensivo da Europa – as Linhas de Torres Vedras –, a importância de uma rede alternativa de circulação e de comunicação e o papel da população que, sacrificando os seus bens, não hesitou perante as disposições do comando inglês e escavou fossos, levantou muralhas, destruiu pontes, cortou estradas e centenas de árvores e criou todo o tipo de obstáculos à progressão do inimigo.
A exposição destaca episódios, personagens, sítios e edifícios que marcaram a vivência destas gentes numa época profundamente conturbada, mas determinante para a manutenção da independência de Portugal.
Aceite o desafio para conhecer o Circuito de Visita do Alqueidão – um circuito ao ar livre que integra quatro Fortes do sistema defensivo das Linhas de Torres.
Deixe o carro no núcleo de apoio ao visitante e percorra a pé os trilhos da serra. Se é amante do pedestrianismo poderá optar por explorar um troço do GR30 – Rota das Linhas de Torres - usufruindo do contacto com a natureza e da diversidade da fauna e flora.
Suba a estrada militar, calcorreie as memórias desta calçada e deixe-se levar ao tempo em que por ali passavam os carros de bois carregados de fardamento, mantimentos e material cirúrgico, a artilharia, as tropas, os oficiais e o próprio duque de Wellington.
No fim da subida será recompensado! Terá à sua frente o posto de comando tático das Linhas de Torres – o Forte do Alqueidão. A 439 metros de altitude, deixe-se envolver pela majestosa paisagem e o seu olhar cruzará as 1.ª e 2.ª Linhas defensivas, entre o rio Tejo e o Atlântico. Encontrar-se-á agora no coração de um conjunto fortificado único na Europa.
Em pleno centro histórico da vila de Arruda dos Vinhos está sedeada a centenária Escola Conde de Ferreira.
Grande impulsionador da instrução pública em Portugal, Joaquim Ferreira dos Santos - 1.º Conde de Ferreira (1782-1866), legou condições financeiras para a criação das centenárias escolas mistas, de ensino primário, em lugares que fossem sede de concelho, com arquitetura semelhante e com habitação para o professor.
O progresso e a transformação social, onde a escola era sinónimo da nova crença cívica do povo, foram o grande estímulo desta medida.
O edifício é hoje sede da Junta de Freguesia de Arruda dos Vinhos.
Segundo a tradição, no século XVI, no seguimento da sua estadia em Arruda fugindo da peste, D. Manuel I terá mandado reconstruir a igreja, danificada pelos anteriores terramotos, aplicando obras de reforma e ampliação.
Por ocasião da Terceira Invasão Francesa, em 1810, o oficial inglês John Kincaid terá revelado na sua correspondência com Inglaterra que, quando chegara à vila de Arruda dos Vinhos, se deparara com uma igreja, construída num "estilo de magnificência" incomum para tal vila e que não havia sido danificada. Ao entrar no templo, John Kincaid e o Capitão Simmons encontraram diante do altar o corpo sem vida de uma pobre mulher idosa. Ao que parece esta senhora não teria tido tempo de fugir com a restante população, pelo que os dois ingleses decidiram que "deveria ter mais glória na sepultura do que parecia ter tido fora dela". Unindo esforços, conseguiram levantar a laje de uma das sepulturas da igreja e ali depositaram o corpo.
O Mercado Oitocentista de Arruda dos Vinhos é um evento de recriação histórica com mostra de costumes, artes, ofícios e gastronomia, a par com uma venda acessória de produtos reminiscentes do séc. XIX. Constitui a recriação de um mercado rural e da vida quotidiana numa pequena vila do séc. XIX, abordando histórias, temas e personagens habitualmente presentes nos mercados.
Durante o mês de junho, seguindo ementas do século XIX, os restaurantes aderentes apresentam sopas, pratos ou sobremesas que deliciaram os nossos antepassados.
Este evento está associado ao Mercado Oitocentista.