Na história da humanidade há um David que nos inspira porque vence Golias. Prender o vento agarrando-o com as mãos, é e será sempre, todavia, em vão. Preservar a história é, ao invés de inglório, obrigatório. Transformar a história militar em identidade cultural, honrando o sofrimento dos que a fizeram, e preservar a memória coletiva é essencial. Juntar esforços num objetivo comum de salvaguarda dos interesses dos territórios.
Valorizar, requalificar, acolher, desenvolver, educar, explorar são valores partilhados por seis concelhos conectados por um período histórico, um património militar de referência para a História da Europa e uma importante rota turístico-cultural: a Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT). Os aliados são hoje os Municípios e o Turismo de Portugal, entre outros.
Se a RHLT é um importante mecanismo de salvaguarda e valorização de um sistema militar defensivo é, também, uma homenagem ao trabalho colaborativo e uma cápsula de um tempo que uniu gentes e ligou concelhos num esforço comum da sua defesa. Uma trajetória de aproximação em que património, turismo, lazer e educação são uma argamassa territorial que solidifica mediante a sua orientação. Se a especificidade concelhia homenageia e retrata esse passado com o seu mote próprio é esta que tudo liga.
Em relação ao vento, nos nossos territórios construíram-se moinhos para deles tirar o melhor rendimento da sua natureza desfavorável. As Linhas de Torres serão sempre, igualmente, uma referência do aproveitamento de uma identidade europeia plural que se une para vencer a adversidade. David lutando contra Golias. A resistência e resiliência humana que pulsou no passado voltaram a estar presentes na atualidade pandémica. Tendo em conta os mais recentes eventos geopolíticos, o seu exemplo deixa em nós a esperança de que juntos somos capazes de gerar ventos de mudança. Sempre que a história assim o exigir.