O chef Filipe Reis recebe-nos com a simpatia de quem, tendo já conseguido muito para alguém com pouco mais de trinta anos, não perdeu a noção da simplicidade e hospitalidade de que se faz a cultura do campo. Quando, há mais de dez anos, se aprestava a terminar a licenciatura em Produção Alimentar e Restauração, um desafio de amigos levou-o a assumir um restaurante de petiscos da encantadora Aldeia da Mata Pequena, em Mafra, que havia já passado por algumas experiências frustradas. Consigo, levou a experiência acumulada em restaurantes como o do hotel The Oitavos, em Cascais, e o 1300 Taberna, no bairro lisboeta de Alcântara, para definitivamente reanimar a Tasquinha do Gil.
Cercada de natureza e com a companhia constante de gatos e animais de quinta – burros, ovelhas, perus, porcos, galinhas, tantos que a aldeia é quase uma “quinta pedagógica” – a Tasquinha do Gil permite a presença de animais de companhia no restaurante, com a natural ressalva de que não perturbarão os restantes animais.
A cozinha de Filipe Reis inspira-se na do mundo inteiro – aprendeu técnicas das cozinhas francesa, mexicana e asiática – mas, ao incorporar naquelas os seus próprios ingredientes, tornou-as um produto criativo pessoal. A ementa de petiscos muda todos os anos, pelo que as experiências gastronómicas na Tasquinha do Gil são muitas vezes irrepetíveis. Em 2023, o visitante pode saborear, entre muitos outros pitéus, uma variada seleção de pratos à base de queijos, atirar-se a um lombinho de porco com mostarda antiga, ou, se o palato lhe puxa para o doce, um queijo da serra com doce de ovos e amêndoas.
