As mesas do 150 Gramas, na sempre desinquieta Vila Franca de Xira, são disputadas e por um bom motivo. Não estamos a falar dos Ovos Rotos com Espargos e Ventricina, seguramente dos melhores de entre todos os que pode encontrar, ainda que vasculhe os recantos à Península. Nem do Socarrat, que pede meças ao valenciano. Nem mesmo do Tartar de Rúbia Galega, dos Croquetes de Ossobuco, do Brioche de Caranguejo, do Rafeiro de Camarão, da Sanduíche de Rosbife, das Puntillitas, da Bruschetta de Biqueirão e Anchova, do Pica-Pau Coreano ou dos Canelones de Rabo de Boi. E não nos venha cá falar dos vinhos de eleição e dos sumos naturais, da Mini-Bola de Berlim, do U Doce ou da Tarte de Merengue e Limão, porque não é de nada disso que se trata aqui.
Também não nos referimos ao trato do pessoal, cuja seleção tanto pode ter sido feita pela competência, como pela simpatia – o critério permanece nebuloso. Nem ao espaço do restaurante em si, não apenas confortável, mas decorado com irreverente esmero e com tudo à vista: o que está a comer é o que pode, querendo, ver cozinhar.
Aos lisboetas que nos leem e vivem na angústia de não estar umas dezenas de quilómetros mais perto do 150 Gramas – que, a propósito, é um projeto de Pedro Teles e Ricardo Leal, sucessor da saudosa pizzaria vila-franquense Bodega 150 –, trazemos boas novas: podem agora dar um saltinho também ao espaço cultural 8 Marvila, onde Pedro e Ricardo mantêm uma carrinha de petiscos que, se não oferece a variedade da casa-mãe, oferece decerto os suficientes (incluindo os ovos rotos!) para lançar uns foguetes e fazer a festa aí na cidade.
Já lhe tínhamos dito que as mesas do 150 Gramas, em Vila Franca de Xira, são disputadas por um bom motivo? Parece que vai ter de ir até lá para descobrir qual.
